A ideia frequentemente admitida, e mesmo ensinada nas escolas, é que a Europa muito deve ao Islão no que concerne ao contributo deste nas ciências, nas artes e na cultura. A César o que é de César!
Vejamos algumas descobertas normalmente atribuídas ao Islão:
Matemáticos Árabes
As bases fundamentais das matemáticas modernas foram estabelecidas, não há centenas, mas milhares de anos antes do surgimento do Islão, pelos Sumérios, Assírios, Babilónios e Gregos que já conheciam o conceito de zero, o Teorema de Pitágoras, bem como numerosos outros desenvolvimentos nesta ciência. Por outra parte, a matemática indiana manifesta-se brilhantemente a partir do século V com Aryabhata, o primeiro grande matemático e astrónomo indiano e aparece independente da dos gregos. Outro matemático indiano, Brahmagupta, é sem dúvida o primeiro, em cálculos comerciais, a usar os números negativos. Emprega os números decimais (grafismo muito próximo dos nossos números actuais ditos "árabes") e principalmente o zero, cujo aparecimento foi um passo gigante na álgebra. A Índia sofrerá as invasões muçulmanas e os árabes adoptarão os trabalhos dos matemáticos indianos. Foi assim que os muçulmanos se apropriaram destes trabalhos indianos em matemática, sendo transmitidos pelos Árabes (Mouros) aquando das suas invasões na Península Ibérica.
Cientistas Árabes
Uma esmagadora maioria destes cientistas (99%) era Assíria que, a partir do século I, começaram a tradução dos conhecimentos Gregos. Interessaram-se pela ciência, pela filosofia e pela medicina. Sócrates, Platão, Aristóteles, e muitos outros foram traduzidos para Assírio, e deste idioma para o Árabe. Foram estas traduções que os Mouros trouxeram para a Península Ibérica e onde elas foram traduzidas para latim. No domínio da filosofia, a Assíria Edessa desenvolveu uma teoria de física que rivalizou com a de Aristóteles. Um dos grandes feitos Assírios do século I foi a construção da primeira universidade do mundo, a escola de Nisibis, que se tornou um centro de desenvolvimento intelectual no Médio Oriente e serviu de modelo à primeira universidade italiana. Quando os Árabes e o Islão invadiram o Médio Oriente em 630, encontraram 600 anos de civilização cristã Assiria, com uma herança rica, uma cultura fortemente desenvolvida, e estabelecimentos de ensino avançados. Foi esta civilização que se tornou a base da civilização Árabe.
Astrónomos Árabes
Com efeito, estes astrónomos não eram Árabes mas Caldeus e Babilónios que, durante milénios, foram cientistas reputados. Estes povos foram arabizados e islamizados à força, de tal forma que, a partir do século V, haviam desaparecido completamente.
Árabes, protectores do património
Esta questão vai ao âmago do que representa a civilização árabo-islâmica. Uma investigação intitulada "Como a Ciência grega foi transmitida aos Árabes", enumera os principais tradutores da ciência grega. Dos vinte e dois discípulos enumerados, vinte eram Assírios, um era Persa e um Árabe.
Islão, religião de tolerância
Os Otomanos eram extremamente opressivos em relação aos não-Muçulmanos. Por exemplo, os rapazes cristãos eram retirados à força às suas famílias, habitualmente com a idade de 8-10 anos, sendo enviados para os Janizaros onde eram convertidos ao Islão e treinados para combater pelo Estado Otomano. A que contributos literários, artísticos ou científicos dos Otomanos podemos nós nos referir? Podemos, em contrapartida, pensar no genocídio de 750.000 Assírios, 1,500.000 de Arménios e de 400.000 Gregos, aquando da Primeira Guerra Mundial, pelo governo dos "Jovens Turcos" de Kemal. Esta é verdadeira face do Islão.
Poetas Árabes
Há muito pouca literatura em língua árabe no que concerne ao período aqui abordado: o Corão é a única peça literária significativa, enquanto que a produção literária dos Assírios e dos judeus era muito importante: em proporção, a terceira produção de escritos cristãos, após o latim e o grego, foi produzida pelos Assírios em síriaco.
Agricultores Árabes
A quase totalidade das técnicas agrícolas praticadas pelos árabes tinham também elas uma origem muito anterior à expansão destes e do Islamismo, podendo ser encontradas quer na Grécia quer no Egipto.
Dívida Europeia?
Malgrado as evidências históricas e arqueológicas, há uma forte tendência em sobrestimar a dívida da civilização europeia no que diz respeito ao Islão. Esta interpretação da história resulta das recomendações (1968) "pela Academia de Investigação Islâmica" que recomendou a publicação e o realce da civilização islâmica em relação à civilização europeia. A primeira vaga de conquista islâmica absorveu as terras cristãs até ao Nordeste da Arménia, a África do Norte, a Península Ibérica, até Poitiers e a Itália, até aos Alpes. Ultrapassou a Pérsia e chegou à Índia. Assim, os muçulmanos estiveram em contacto com as civilizações mais prestigiosas. Contudo, o sentimento de superioridade dos Beduínos conquistadores foi posto a dura prova quando as suas conquistas se depararam com civilizações brilhantes, o que conduziu a uma humilhação constante deles. Esconde-se também a barbárie perpetrada pelos muçulmanos contra os Europeus, nomeadamente na costa portuguesa, onde até pelo menos ao século XVIII era frequente os piratas marroquinos raptarem europeus para venderem como escravos nas suas terras. Falam-nos também das Cruzadas como prova de uma suposta intolerância de cristãos contra muçulmanos. Mas esquecem-se que a chamada Terra Santa já era cristã muito antes de ser conquistada pelos islâmicos, pelo que as Cruzadas não foram guerras de conquista, mas sim de reconquista de territórios ocupados pelos muçulmanos pela força.
Um dos princípios básicos do Islão está enraizado no dogma da perfeição da Oumma, perfeição que a vincula à obrigação consagrada de dirigir o mundo inteiro. Qualquer empréstimo a uma outra civilização é proibido, dado que a perfeição não pode contactar com a imperfeição sem se danificar a si própria. Os muçulmanos, por conseguinte, estão empenhados numa campanha de destruição e de apropriação das culturas e das comunidades, das identidades e das ideias (como demonstra o exemplo da destruição das estátuas budistas no Afeganistão, ou de as de Persépolis, pelo Ayatollah Khomeyni). É um modelo de comportamento que se reproduziu infatigavelmente, desde o nascimento do Islão, há 1400 anos, e que é descrito amplamente nas fontes históricas.
A civilização árabo-islâmica não é uma força progressiva, é uma força regressiva. A civilização islâmica cuja reputação, como já vimos, não se deve aos Árabes ou aos próprios muçulmanos, não é senão obra dos Assírios, de que os Árabes se apropriaram e que, mais tarde perderam, quando esgotaram a fonte de vitalidade intelectual que os havia propulsado, pela conversão obrigatória dos Assírios ao Islão. Quando esta comunidade diminuiu abaixo do limiar crítico, cessou a produção da força intelectual motriz da civilização islâmica. Foi assim que a pretendida "idade de ouro do Islão" terminou.
Desde há 1300 anos, e ainda actualmente, minorias e populações há que lutam pela sua sobrevivência no mundo muçulmano no Médio Oriente (Assírios, Arménios, Judeus, Cristãos), em África (Coptas, judeus, Sudaneses cristãos, Etíopes cristãos, Nigerianos cristãos.), na Ásia (Índia, Paquistão, China) e na Indonésia. Estas populações batem-se contra o imperialismo Árabe e o totalitarismo islâmico, que tentam eliminar todas as culturas, religiões e civilizações. Na frente da desinformação actual, importa que cada um faça o seu próprio trabalho de investigação e que mantenha o espírito crítico.