06 agosto 2007

Sombras da Madrugada

Vi uma sombra bem unida
a dele e a tua
e a minha sombra já esquecida
surpreendida
parou na rua!
os dois bem juntos, tu e ele
nenhum reparou
que a outra sombra era daquele
que tu não queres mas já te amou!

É madrugada não importa
neste silêncio há mais verdade
a noite é triste e tão sózinha
que parece minha toda a cidade!
nem um cigarro me conforta
nem o luar hoje me abraça
eu não te encontrarei jamais
e nestas noites sempre iguais
sou mais uma sombra que passa
sombra que passa e nada mais.

Ao longo desta madrugada
a sombra da vida
mora nas pedras da calçada
já não tem nada
vive perdida
quando a manhã, desce enfeitada
pelo sol, que a procura
nem sabe quanto a madrugada
fala baixinho de tanta amargura!

António Lampreia

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