10 agosto 2007

Prémio "Já todos estamos fartos, sim, mas o que se há de fazer?"

Informação Alternativa

Uma coisa é acabar com a discriminação, outra completamente diferente é discriminar todos...

Via NovoPress

Uma jovem inglesa, estudante de ciências, viu a sua candidatura ser recusada pele Agência Ambiental do Reino Unido por ser branca e inglesa.

Apesar de não existir qualquer adevertência no anúncio que impossibilitasse pessoas de raça branca e de origem inglesa candidatarem-se ao posto de trabalho em causa, Abigail Howarth viu-se preterida pela sua condição étnica.

Três dias após o envio do seu curriculo vital, Abigail obteve a resposta do responsável pelo recrutamento, Bola Odusi, o qual agradecia o interesse da candidata mas as vagas seriam preenchidas por membros de minorias étnicas, de acordo com a Acta das Relações Racias, promulgada no ano 2000.

Abigail Howarth referiu estar bastante decepcionada. «Ouvir dizer que por ser “inglesa branca” isso coloca-me de parte no meu próprio país deixou-me chocada»

No tempo em que se podia falar...

...Codreanu disse:
«Não esqueçais que as espadas que levais à cintura são da raça, levai-as em seu nome, e por conseguinte, com elas deveis castigar, desapiedados e implacáveis. Assim, e só assim, preparais um futuro são a esta Nação.»

07 agosto 2007

mero ocidente ou gozo do islão?

“Hillary” e “Obama” - Uma mulher e um negro participam na campanha para a presidência dos E.U.A.
Clicar para ver tamanho originalHomem religioso: “Mais um sinal do colapso da civilização ocidental.”

Via Elise in Insurgente

06 agosto 2007

Requiem por Jan Palach

Arde o coração de Praga
Arde o corpo de Jan Palach!
Podemos dizer que o rei Wenceslau
também viu crescer o fogo em que arde o coração de Praga.
João Huss, queimando o seu corpo,
também arde na praça de Praga.
E os cavaleiros da Boémia, o povo
e os grão senhores, os menestréis
e os cantores da Morávia,
os operários de Pilsen, os poetas
e os camponeses da Eslováquia,
todos ardem, nessa tarde e nessa praça…

Queimamos a coragem e o heroísmo,
queimamos a nossa infinita resistência
Não é verdade, soldado Schweick?

Eles vieram das estepes e disseram
É proibido morrer pela Pátria!
É proibido
não ceder à ocupação,
É proibido
resistir à opressão,
É proibido amar os campos verdes do seu país,
É proibido amar o verde da Esperança,
É proibido amar a Esperança!

És proibido, Jan Palach,
És proibido, Jan Palach,
Estás proibido de resistir
Estás proibido de morrer!

Eles vieram das estepes e disseram todas estas palavras.
Mas também é verdade que disse um dia
o Rei Wenceslau montado em seu cavalo
Esta nossa terra será fértil
e nela crescerão livres os dias e os séculos,
e nela crescerão livres as virgens, as mães e os filhos
e crescerão livres as flores
e de entre essas flores virão rosas,
virão rosas livres cobrir a terra de Jan Palach!

Arde o corpo de Jan Palach
Arde o coração de Praga
Arde o corpo do Futuro
e já canta a Primavera!

Podem ouvir este poema acompanhado à viola por José Campos e Sousa.

Sombras da Madrugada

Vi uma sombra bem unida
a dele e a tua
e a minha sombra já esquecida
surpreendida
parou na rua!
os dois bem juntos, tu e ele
nenhum reparou
que a outra sombra era daquele
que tu não queres mas já te amou!

É madrugada não importa
neste silêncio há mais verdade
a noite é triste e tão sózinha
que parece minha toda a cidade!
nem um cigarro me conforta
nem o luar hoje me abraça
eu não te encontrarei jamais
e nestas noites sempre iguais
sou mais uma sombra que passa
sombra que passa e nada mais.

Ao longo desta madrugada
a sombra da vida
mora nas pedras da calçada
já não tem nada
vive perdida
quando a manhã, desce enfeitada
pelo sol, que a procura
nem sabe quanto a madrugada
fala baixinho de tanta amargura!

António Lampreia

E porque sou mesmo mau...

...fica aqui mais um texto, com a devida vénia ao Luís Azevedo, a.k.a. Cidadão Oculto.

Saudações. Para quem continua em insistir dizendo que Portugal não se desenvolvia enquanto o Estado Novo esteve no leme da nação, aqui vão umas noções: “Desde o 28 de Maio de 1926, as receitas públicas metropolitanas subiram de 1 400 000 de contos em 1926 para 4 400 000 contos em 1966; o analfabetismo que era quase 70% foi anulado quanto a toda a população em idade escolar; o nível de vida triplicou; o produto nacional bruto, a preços constantes, elevou-se de 65% nos últimos dez anos; a produção industrial subiu de 9 Milhões de contos em 1938 para 44 Milhões em 1965, e desenvolveu-se, só para citar os últimos anos de 1959 e 1964, à taxa de média de 11,7%; a produção de electricidade passou de 187 Milhões de kW/h em 1926 para 4 800 Milhões de kW/h em 1966; expandiram-se as editoriais de e revistas; cresce a circulação de jornais; e a população metropolitana aumentou de seis para cerca de dez milhões. No Ultramar erradicaram-se as grandes doenças, como reconheceu, em relatório publicado após visita aos territórios, a OMS (Organização Mundial de Saúde); tem-se intensificado e ampliado a participação dos seus habitantes. Entretanto, fundaram-se duas universidades; multiplicaram-se as escolas primárias, cresceu o número de Liceus e de escolas técnicas. Tendo o estado Novo trabalhado muito, e numa época onde muito se fala e tudo parece depender de subsídios e ajudas técnicas vindas da U.E., dá-se real valor a estes grandes progressos de então. Não devemos os progressos de antigamente a subsídios gratuitos ou a favores especiais de qualquer país” O Estado Novo deixou nos cofres do Banco de Portugal 866 toneladas onde hoje só restam 383 toneladas. Também detinha milhões e milhões de escudos e moedas estrangeiras, Um jornal britânico chegou a vaticinar que Portugal era o 3º Milagre económico, a seguir à Alemanha federal e ao Japão… o escudo era moeda forte! E note-se que os territórios além-mar, designadamente Angola, viviam um surto de desenvolvimento invejável Pois tudo isso se perdeu em 1974, mercê duma revolução insensata sem nome, conhecida por uma data – 25 de Abril… VIVA SALAZAR!!! VIVA A PÁTRIA PORTUGUESA!!!

28 julho 2007

A porta é a serventia da casa...

Tenho que confessar que foi com alguma surpresa que li a noticia que ontem saiu no Semanário, e que referia que Manuel Monteiro ponderava regresso ao CDS. Podem ler o artigo na íntegra, no Arestália.

Fez uma campanha sozinho para a câmara de Lisboa, para poder levar um bom resultado como trunfo no seu reingresso no CDS, o que não veio a acontecer (o bom resultado). Mesmo assim, parece que se vai aliar a Ribeiro e Castro para lutar contra Portas. Demitiu-se do PND, deixando um partido sem estrutura, porque ele nunca a quis implementar. Apenas ano e meio após a fundação do Partido se criaram os círculos eleitorais, por pressão das bases. E ainda por cima, no último Conselho Geral, no qual não pude estar presente, ele apontou uma agenda que deixará paralisado o partido durante 6 meses. Ora bem: O que ficou marcado para Setembro foi um novo conselho geral (sobre o qual já aviso que tenciono estar presente) para em Setembro se marcar o congresso para se eleger a nova direcção. Lá para Novembro, na melhor das hipóteses. Como os círculos políticos caíram com esta direcção, apenas lá para Janeiro estarão a funcionar normalmente. É caso para dizer: Ainda bem que ele se vai embora.

13 julho 2007

Ensino Superior – Novo Regime Geral – Reformular sem resolver problema nenhum

Para aqueles que não saibam, está em cima da mesa uma proposta para um novo Regime Jurídico para as Instituições Ensino Superior. Com sinceridade, também eu fui apanhado de surpresa porque a proposta surgiu antes que fosse feito qualquer debate público.

De referir a positividade da existência de um documento único que regule todas as instituições de ensino superior em Portugal, que poderá agora passar a existir. Não me debruçando muito sobre a actual proposta, pretendo lançar ideias para o debate sobre o conceito de regime geral, e também debruçar-me sobre aquilo que deveria preocupar os intervenientes o ensino superior. Mas as interrogações quanto a este ponto são algumas: Como criar um documento único para instituições de ensino superior tão diferentes como as universidades, os politécnicos e os privados? Quando os princípios, meios e/ou os fins, por vezes, estão tão distantes?
A ideia deveria ser então que o novo RJIES funcionasse como uma “constituição do ensino superior”, em que o seu carácter de generalidade e abstracção fosse tido em conta, para que a sua aplicação fosse o mais abrangente possível.

Como seriam salvaguardas as diferenças entre os diversos ramos que compõem as IES?
Englobar tudo aquilo que lhes é comum, conferindo autonomia normativa e administrativa às IES, para que possam actuar, obedecendo apenas ao RJIES. Para isso é fundamental salvaguardar os direitos de todos os intervenientes, estabelecendo patamares mínimos, que poderão ser alargados por qualquer IES. Para os alunos é necessário que a lei salvaguarde direitos mínimos no que concerne às propinas, apoio social, avaliação ou representação nos diversos órgãos, por exemplo. Somente esses patamares poderiam limitar a liberdade de actuação de cada IES.

As IES têm que se desenvencilhar da tutela de superintendência que em muitos aspectos é exercida pelo MES, tutela essa que seria exercida apenas com base no novo regime geral, mantendo a necessária tutela de legalidade, exercida pelo próprio MES e por outros órgãos, como o tribunal de contas.

Outra questão crucial é a eleição do reitor ou presidente, agora proposta pelo novo regime, substituindo a nomeação política. Acho esta medida positiva, dentro da liberdade que considero essencial para as IES, desde que sejam estabelecidas regras igualitárias para todas as IES, para que nenhuma seja prejudicada pela falta de confiança politica, evitando que estas fiquem afectadas pela arbitrariedade de qualquer político.

Poderá esta discussão atenuar todo o debate que se gerou em torno de Bolonha? Na verdade, os problemas do ensino superior em Portugal estão bastantes afastados daquilo que neste momento se discute, até mesmo do processo supracitado, e era isso que deveria preocupar quem se interessa pelo ensino superior, pelos seus estudantes e pelo futuro de Portugal.

1. Não se pode permitir que as IES percam um nível de exigência que lhes garanta o devido respeito da sociedade portuguesa em geral, e também da comunidade internacional, tanto na sua formação e ensino como na admissão dos seus quadros discentes. Por exemplo, o modelo Mais 23 permite o acesso ao ensino superior de pessoas sem o ensino secundário concluído. Na verdade, para ser respeitado, é preciso que se reconheça nos quadros superiores o mérito devido pela formação que adquiriram, ao invés do que cada vez mais acontece, nomeadamente devido às notícias e ideias que são veiculadas e que se reportam à facilidade com que certas pessoas obtêm os diplomas. Assim, só com o 12º ano concluído ou equivalente deverá uma pessoa, independentemente da sua idade, entrar no ensino superior, fomentando o recurso de trabalhadores estudantes ao ensino nocturno, que poderá até ser articulado com as IES, para que os proponentes possam realizar uma formação de nível secundário adequada ao curso a que se propõem.

2. Favorecer o regime de trabalhador estudante, a formação dos quadros das empresas e da função pública, para que não se esteja à espera que essas pessoas entrem na reforma para só então os substituir por quadros devidamente qualificados.

3. Conferir às IES a liberdade administrativa para que possam adequar as vagas, os cursos e as cadeiras leccionadas às exigências do mercado e não a adopção de um modelo inflexível, transversal a países com realidades económicas e sociais tão distintas, como a diferença natural que se estabelece entre países como a Roménia, a Alemanha ou até mesmo Portugal.

4. Adoptar um modelo económico capaz de absorver os nossos licenciados, já que o número de licenciados face à média europeia não é assim tão elevado que justifique o desemprego funcional de muitos destes. Também dentro deste aspecto, evitar a emigração que se verifica nos recentes licenciados (quase um quinto, hoje em dia, emigra) evitando que a nação invista bastante capital na sua formação e permita que a sua actividade e os seus conhecimentos apenas venham a beneficiar outros países.

5. Evitar que se estabeleça um mercado comum europeu de acesso ao ensino superior, evitando que os nossos melhores alunos saiam ainda mais cedo para as universidades mais conceituadas a nível europeu e que Portugal se veja confinado aos estudantes atraídos pelo sol e pelas praias.

6. É essencial um modelo de financiamento, regulado pelo ministério, que contemple factores variáveis como a avaliação independente da instituição e a colocação dos seus formados no mercado de trabalho, externo à função pública.
Outro aspecto que tem sido muito contestado é a modificação jurídica que poderá ocorrer nas universidades, passando estas de pessoa colectiva de direito público, para fundação. Sendo todos estes problemas que enunciei, aquilo que mais rapidamente deveria ser solucionado no seio do ensino superior português, e sendo esta uma medida tão arrojada, seria melhor adoptar um sistema experimental em pelo menos duas universidades e se se verificasse alguma melhoria, não sei porque não alargar este conceito às restantes. Não podemos é deixar que uma medida de resultados bastante incertos seja implementada ao mesmo tempo em todas as universidades, para que a maior para saia ilesa de possíveis consequências nefastas. Não podemos ser inflexíveis em matéria económica. Só avaliando os deveres do estado e as necessidades do povo português se pode afirmar que certo sector está melhor nas mãos do estado, ou pelo contrário, entregue a privados.

Concluindo, a falta de ataque aos verdadeiros problemas do ensino superior é preocupante, assim como falta de soluções credíveis por parte de todos os intervenientes. Os problemas estão em cima da mesa, alguns já há muitos anos, e quanto a mim, só a consciência de alguns ainda não os esqueceu, no meio de tanto debate motivado pelas propinas, por Bolonha, e agora pelo novo regime geral. Nisto, como em muitos outros aspectos do pensamento nacional, o imediato absorve todas as manifestações de descontentamento face aos problemas mais profundos do ensino superior português.

02 julho 2007

Tratado constitucional

Muito se tem falado do futuro tratado europeu que irá substituir a constituição europeia. Não tão pelo seu conteúdo, mas sim pela vertente pouco democrática de que este poderá ser revestido. Não é costume eu exigir a existência de qualquer referendo e sendo assim não tenciono neste caso abrir qualquer precedente. Mas existe um aspecto positivo em toda esta discussão: Finalmente começa-se a por em causa a falta de legitimidade democrática de órgãos como a comissão europeia ou o conselho europeu. Na verdade, o conselho da UE é um órgão que reúne os governos de cada país, os eleitos por aqueles partidos, que embora dizendo-se de esquerda e de direita, todos dizem, e com razão, que são iguais. Não existe neste órgão qualquer opinião que se desvie um pouco do pensamento dos mais eurocratas.

São estes senhores que fizeram a constituição que acabou por ser chumbada em 2 países por referendo popular (por sinal, dois países fundadores do projecto europeu) e que agora surge embrulhada noutro pacote com o nome de tratado. Quanto a mim, estes senhores finalmente lembraram-se da táctica dos pequenos passos. Ao substituírem o termo constituição por tratado constitucional, evitam o drama de submeterem a 27 referendos populares com resultados imprevisíveis e deixam para os democraticamente eleitos parlamentos nacionais essa ingrata tarefa. E como constituições só haveria uma, tratados é só mais um. A gente até se lembra de alguns nomes como Maastricht, Nice, Roma, etc. embora não faça ideia do que eles instituíram. Como já disse, irá ser mais um.

Quer queiramos quer não, a generalidade da população atenta a estes fenómenos queixa-se de um défice de participação popular na construção do projecto europeu. É natural, já que as decisões ficam a cargo dos eurocratas que governam os diversos países, sendo que em vez de se discutirem questões orgânicas de fundo, se debatem meras alíneas, aquilo que cada um dá, aquilo que cada um recebe, e, porventura, os jogos da liga inglesa. Aqueles conselhos da Europa, em vez do jogo da pela, assemelham-se a uma qualquer casa de apostas de Newcastle. Na verdade, constato que estamos perante uma Europa construída pelos eurocratas e não pelos europeus. É quase como ver, de uma maneira sinistra, Portugal a ser governado apenas por nacionalistas. Constato ainda que os dirigentes europeus devem estar perante um sério dilema: Referendar o tratado, calando as vozes que se insurgem contra a falta de participação popular na construção do projecto europeu, correndo o risco de este ser rejeitado, ou aprovar o tratado por decreto, tendo que continuar a ouvir essas mesmas vozes. Como não aconteceu na constituição, esses métodos de decisão utilizados por cada país serão decididos em pleno Conselho da UE. Assim, nos países mais tremidos, será aprovado por decreto, como se de um qualquer tratado se tratasse; Nos restantes recorrer-se-á ao referendo, para calar os críticos e ter fortes aprovações populares, como aconteceu em Espanha.

Em Portugal penso que irão avançar para o refendo, com alguma pena minha, por duas razões. Sendo eu um adversário ao actual projecto europeu, seria a confirmação de que os portugueses, na sua grande maioria, apoiam este projecto, assim como os seus correligionários. Em segundo, a pouca força que o "não" poderia ter nesta votação ficaria a dever-se ao descontentamento generalizado que a população portuguesa tem por este governo e até pela classe politica em geral, que tentaria demonstrar através de um voto de protesto.
Os nossos eurocratas não correriam o risco do voto francês, ou seja, um povo que está farto do mecanismo europeu de dar e de nada receber. Na verdade, o grande problema deles é que não existem assim tantos agricultores como eles provavelmente pensavam.
Na verdade, a nossa constituição proíbe o referendo de tratados europeus, provavelmente pelas razões que me deixam apreensivo perante um referendo a este tratado.

15 junho 2007

globalização e globalizadores

Na segunda-feira li Sarsfield Cabral no Público. Não posso esconder que ele é, para mim, um jornalista (ou lá o que ele é faz) de referência, até porque cresci a ouvir a RR.
Mas o que interessa para esta discussão é a analise que ele faz das manifestações do último fim-de-semana na Alemanha. Na verdade, deverá ser uma preocupação de todos, e não só dessa escumalha, o facto do poder económico se sobrepor ao poder politico, retirando ao poder efectivo a pouca legitimidade democrática que ainda podia ter. É um bocado paradoxal eu estar preocupado com este facto, até porque não me tenho por nada democrático, mas se democracias há só uma, ditaduras há muitas. E como eu acho que não existe nenhuma democracia real no mundo, tenho para mim que a minha ditadura é melhor do que aquelas que vigoram hoje em dia no mundo ocidental. Já Churchill afirmava que a democracia é o menos mau dos regimes políticos, mas visto que esta é difícil de implementar, estava ele, certamente, a falar da ditadura dos democratas.
A ditadura do capital é hoje uma realidade em todos os países ocidentais. Os “frutos da globalização”, de que Cabral falou, reduziram bastante a pobreza na Ásia, à custa de uma substituição do poder. Assim o capital daqueles países foi substituído pelo capital estrangeiro, no exercício do poder político. Também a comparação do atraso que ainda subsiste em África com o aparente crescimento asiático é referida. Na verdade, ninguém se esqueceu deles, todos nós queremos o seu crescimento económico, para que possam consumir cada vez mais os nossos produtos. Mas ninguém implanta fábricas em países que não tenham os seus trabalhadores formados. África parece ser o parente pobre da globalização. Os países desistiram da formação profissional das suas população, porque que adquire um mínimo de formação, ou vem para a Europa estudar ou passa a vida a tentar fugir daqueles países.
Mas o mais importante que retive daquele discurso foi o apelo que ele faz aos manifestantes para deixarem de se manifestar contra a globalização, porque é um processo irreversível. Ora bem, podemos analisar estas posições de diversos ângulos. Manifestar-se contra a globalização é, no mínimo, ser-se conservador. São sempre os conservadores que se opõem à mudança, e neste ponto, ao contrário daqueles tontinho, tenho alguma consideração por ser conservador. Tendo em conta que já deve ter havido gente daquela que tenha pensado nisto, a única solução seria apontar um caminho alternativo. Que caminho será esse então? Francisco Louça dá o mote: Foi há oito anos atrás que, entre muitos símbolos válidos, escolhemos o nosso – a estrela. A estrela que aponta em todas as direcções, por todos os povos, todas as culturas. A estrela que, segundo os nossos ideais Europeístas e Internacionalistas, acabará com todas as barreiras e todas as fronteiras. Ser mais global que isto é quase impossível. Não sabendo, estes tontinhos são os maiores apoiantes do processo globalizacional do grande capital. Com o fim das fronteiras, dos povos, das culturas, tudo se resumirá a um único povo, a uma única cultura, a um único capital que controlará verdadeiramente o mundo. Não nos esqueçamos que uma única cultura, um único pensamento conduzirão a um consumo uniforme, pelas modas, direccionada aos promotores da globalização.

Pode ser um processo irreversível, mas quando todos estiverem arrependidos das suas acções e se verificar o estado em que está o mundo, gostava que ninguém me apontasse o dedo, dizendo que nada fiz para alterar a situação, quando na verdade, apenas o nacionalismo combate este processo!

Campanhas...


11 junho 2007

Um argumento esquerdista... ou será que não?

Punir o incitamento ao ódio racial é como assumir que o povo é estúpido o suficiente para acreditar e por em prática tal mensagem... ou será que não?

Ps: tenho andado em exames, bastante ocupado... Até amanhã!

02 junho 2007

Mais Ota...

São «22 factos indesmentíveis sobre o Novo Aeroporto de Lisboa». Depois do livro «O erro da Ota», e usando-o como ferramenta de trabalho, o responsável editorial do trabalho, Mendo Castro Henriques, juntamente com alguns co-autores do livro, elaborou um documento com um conjunto de factos «indesmentíveis». O relatório já foi entregue aos deputados da Assembleia da República para servir de base para o debate com o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, que irá ao Parlamento falar sobre a Ota no próximo dia 6 de Junho.
1 - Não existe nenhum estudo que indique a Ota como o melhor local para o novo aeroporto.
2 - Em todos os estudos onde a opção Ota foi analisada, foi sempre considerada a mais cara.
3 - A decisão pela localização Ota foi tomada, em 1999, com base num Estudo Preliminar de Impacto Ambiental (EPIA) incompleto e insuficiente.
4 e 5 - Entre os vários descritores usados no EPIA, a Comissão de Acompanhamento do Novo Aeroporto considerou «deficiente» a abordagem feita aos «Recursos Hídricos» e aos «Risco de Colisão de Aeronaves com Aves». Dois pontos usados para eliminar Rio Frio.
6 - O site da NAER não disponibilizou a totalidade dos estudos em Novembro de 2005. Foram omitidos estudos importantes, como o realizado pela ANA em 1994 e que escolhia o Montijo, e cortaram-se partes de outros documentos.
7 - O estudo de 1999, que apenas compara Ota e Rio Frio, não justifica a exclusão da localização Montijo, que até então tinha «ganho» em todos os relatórios.
8 - Os capítulos das conclusões do EPIA da Ota e do Rio Frio são cópias um do outro.
9 - Alguns factos foram deturpados de modo a legitimar a escolha da Ota.
10 - A decisão foi tomada sem que tenham sido avaliadas todas as determinantes: não foi instalado um posto meteorológico na Ota; não foi estudada a implicação da gestão do espaço aéreo; não foram estudados os acessos nem as características dos solos.
11 - A solução «Portela + 1» foi abandonada por causa da escolha da Ota. Todas as restantes localizações são compatíveis com a utilização simultânea da Portela.
12 - A Ota terá uma vida útil muito inferior ao Aeroporto da Portela, que já passou os 60 anos de vida. A Ota pode «viver» 30/40 anos.
13 - O novo aeroporto será pago pelo Estado e pelos contribuintes.
14 - Lisboa ficará menos competitiva. Por exemplo, as taxas de aeroporto serão mais elevadas na Ota.
15 - A TAP será menos competitiva. O processo do aeroporto de Atenas, inaugurado em 2001, é semelhante ao da Ota. A companhia aérea grega declarou falência em 2003.
16 - A privatização da ANA como parte do negócio da Ota, significa dar a uma entidade privada a gestão de quase todos os aeroportos portugueses.
17 - Há factos que obrigam a reequacionar a opção Ota. Cresceram as Low cost. O traçado do TGV foi alterado e passar na Ota obriga a «ginástica».
18 - Não foram criados mecanismos para tributar mais valias nos terrenos da Ota.
19 - O turismo perde. Estudos efectuados mostram uma quebra de 15,6 por cento no turismo de Lisboa.
20 - Por causa da Ota a linha do TGV Lisboa/Porto será apenas para passageiros e não para mercadoria.
21 - O TGV tira passageiros aos aviões.
22 - A área de influência de dois aeroporto - Norte e Sul - é superior à influência de um aeroporto central.