Publico também um excerto do editorial, por Carlos Bobone, que pode ser lido na íntegra aqui:
Aqueles que criaram e conservam este mundo de restrições, não as encaram como uma violação dos sagrados princípios da liberdade, pois entendem que aquilo que estão a reprimir não são verdadeiras “opiniões”, no sentido saudável e criativo desta palavra, mas simples “preconceitos”, sentimentos reprováveis e ideias mortas. Não se trata de reprimir o cidadão, pensam eles, mas de o libertar da velha canga dos estereótipos que lhe atrofiam e condicionam o pensamento. Existe alguma produção teórica, da pena de intelectuais laureados, a explicar que não se devem incluir preconceitos ou sentimentos inamistosos no âmbito geral da liberdade de expressão. Mas aquilo que verdadeiramente justifica a pacífica aceitação de tantos limites à circulação de ideias, em sociedades que prestam culto oficial à liberdade de expressão, está no limitado conceito que cada um forma sobre a extensão da liberdade. Mesmo aqueles que fazem da circulação de ideias o seu modo de vida e assumem habitualmente o papel de guardiães da sociedade livre, reconhecem a necessidade de pôr entraves ao destempero verbal dos seus adversários ideológicos.
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