Acerca da política cultural da Camara Municipal do Porto, escreveu um camarada portuense:
Um artigo do jornalista Luis Costa – que, parece, não tem qualquer simpatia política por Rui Rio – compara a pobreza da actividade cultural do Porto, com aquilo que, em Lisboa e na mesma área, se vai fazendo. Vejamos as diferenças apontadas. O jornalista refere, por exemplo, a agitação multicultural do Bairro Alto, os concertos da Gulbenkian, os serões de S. Carlos, as exposições do CCB, os concertos do Pavilhão Atlântico, as tardes do Parque das Nações, as sessões no D.Maria II, na Comuna, e na Barraca, as Docas, o Luca e a Bica do Sapato e o sushi do Estado Líquido. A comparação com o Porto é deprimente: o desfile dos Pais Natais, o Grande Prémio dos Calhambeques, e o ajuntamento dos carros de bombeiros. Os anunciados espectáculos do La Feria. E, por fim, a jóia da coroa, a exposição de criselefantinas, dita a melhor e a mais completa do mundo na sua expressão plástica. Sem deixar de ter razão, o jornalista esquece que, hoje, o Porto é uma cidade pobre. E a cultura, que sempre foi de elites, não passa sem dinheiro, que os portuenses não têm e que parece não faltar ao multiculturalismo da capital (moçárabe, disse o jornalista). Ouvir cantar a “Cármen”, no nosso Coliseu, pode custar 50 euros e, por isso, não irei, para meu mal. As razões, independentemente da efectiva má política cultural do nosso autarca, são bem outras e têm a ver com a forma como, drasticamente, o nosso nível de vida baixou. Resta-nos, ainda e felizmente, Serralves, a Casa da Música, o Bull & Bear, o comércio alternativo da Rua do Almada, o Estádio do Dragão, o Palácio da Bolsa, o Fantasporto e as galerias de Miguel Bombarda. Muitos sítios onde gastar o dinheiro que não tenho.
Sem comentários:
Enviar um comentário