Depois de uma quase directa, já que andei a preparar as coisas para um acampamento que vou fazer a partir de amanha, Domingo, levantei-me às 7:30. Tomei um duche rápido, vesti uns jeans e uma camisa castanha, a fazer lembrar os uniformes da mocidade portuguesa, (visto que ainda sou um moço), calcei as minhas botas de trabalho, depois de lhe tirar o pó, e fui apanhar o autocarro para Aveiro às 8:15. O autocarro demorava, já que ao sábado parece que faz um desvio pelo mercado, e assim, às 8:35 lá chegou ele, um bocado atrasado, mas não me fez moça pois tinha alguma folga para o comboio. Assim, mal cheguei à estação comprei o bilhete para a Pampilhosa e esperei até às 9:04 para partir. Cheguei à Pampilhosa passados 35 minutos e esperei até as 10:30 embarcar no Intercidades até Santa Comba Dão. Durante o percurso, composto por grandes vales e longos túneis, tive a oportunidade de me deliciar com a paisagem do Buçaco e, mais adiante, com o serpenteado do comboio pelos rios Dão e Mondego, na albufeira da barragem da Aguieira, simplesmente divinal aquela vista!
Chegado a Santa Comba Dão, como nunca lá tinha estado, decidi apanhar um táxi até ao cemitério do Vimieiro, no entanto, chegado ao local da concentração, o taxista lá me disse como deveria fazer para vir do cemitério até à estação, mas não foi suficiente para poupar uma corrida. Cheguei lá, pouco depois das 11 e timidamente lá fui até à última morada do saudoso, onde já estavam as bandeiras de Portugal, a republicana e a monárquica, juntamente com vários ramos de flores e velas acesas. Já lá estavam algumas pessoas e eu lá me fui envolvendo na conversa: factos da vida de Salazar, as suas opções politicas e o estado actual da nação eram temas obrigatórios, e eu lá fui dando as minhas opiniões. Fui-me apresentando e num ápice ocorreram mais algumas dezenas de pessoas e pouco depois 11:30 começamos a cerimónia.
Depois de um discurso sobre Salazar, homem e estadista, fizemos uma oração, pela alma do saudoso e no final falou ainda o poeta cujos versos ladeiam a placa identificativa do homem e estadista.
Terminada a cerimónia, dirigimo-nos para o centro de Santa Comba Dão, onde fomos almoçar. Comemos num restaurante típico, de nome Cova Funda, e devo dizer que a comida era extremamente saborosa. Pedi para mim uns bifes grelhados, mas não deixei de provar uns bocados de Chanfana, Secretos de Porco Preto (especialidades da região) e ainda de vitela grelhada! Terminamos o almoço em amena cavaqueira, trocando experiências políticas e projectando o futuro. Logo a seguir deu-se a debandada geral.
Aquele poeta, de seu nome Armando Inácio Sousa Cardoso, levou-me até Coimbra, fazendo-me poupar alguns €, e vim de caminho para Aveiro, de comboio, lá está... Chegado a Aveiro ainda esperei um bom bocado pelo autocarro (horários de fim de semana...)
Fica a saudade do homem que mais deu a Portugal, e menos dele recebeu. Mesmo depois de morrer pobre, a sua memória e os seus actos têm sido deturpados por este regime. Resta-nos fazer justiça, pois já é tempo de ele receber algo da nação da qual foi exímio obreiro.
Aqui jaz o homem
A quem Portugal mais a dever ficou
Ao país tudo de si deu,
Do país nada para si tirou
ps: Fotos tiradas com o meu telemovel, excepto a primeira, retirada na internet.